terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Microsoft ataca Microsoft?

Como assim?

Não galera, o título não está errado 😂😂😂


A Microsoft, como toda empresa vive atacando seus concorrentes, de modo que conquiste mais consumidores, certo?  na maioria das vezes a Microsoft se sai muito bem, e em outras vezes, não e acaba desagradando muitos consumidores.


Mas vamos lá, em semana que eu considero estranha e o mundo também (eu acho, sei lá.), a companhia de Redmond resolveu atacar uma empresa nada mais que ela própria.
Acho que quase todo mundo sabe que nos últimos cinco anos, com Satya Nadella no posto de CEO, a Microsoft teve suas entranhas reviradas e se converteu de companhia fornecedora de produtos e soluções para uma empresa de serviços, e isso se reflete em todos os seus setores.
"Microsoft Como um Serviço", com foco em Nuvem, IA e mercado corporativo, Nadella conseguiu elevar o valor da Microsoft, de US$ 300 bilhões em janeiro de 2014, para US$ 820 bilhões em janeiro de 2019. De fato, nosso indiano favorito está o fazendo certo.
Desde então, o Windows foi convertido em um SO de maior vida útil, que recebe atualizações massivas a cada semestre, o pacote Office recebeu uma versão como um serviço de assinatura, e cogita-se até a migração da Xbox Live para outros sistemas (como já citei em um artigo aqui no blog) o que poderia levar ao fim da plataforma Xbox enquanto produto final (se isso acontecer mesmo, só será depois do Scarlet).
O usuário final deixou de ser o centro das atenções da Microsoft, mas isso não significa que ele foi abandonado. Ele tem à sua disposição uma série de produtos e serviços, e esse é o problema: a companhia não foi muito diligente no passar dos anos, e acabou criando produtos redundantes. O Microsoft Edge, o navegador mais rápido do mercado (isso quem diz é Microsoft) disputa espaço no Windows 10 com o Internet Explorer, que ainda vem pré-instalado.
Ao mesmo tempo, a companhia mantém dois produtos distintos da família Office, essencialmente iguais: o tradicional Office 2019, que oferece uma instalação permanente através de uma licença única, e o Office 365, o serviço de assinatura que garante atualizações constantes e outros mimos, como 1 TB de espaço no OneDrive e 60 minutos de ligações mensais do Skype. Outra vantagem, o 365 oferece instalações ilimitadas para um usuário na versão Personal, ou até seis na versão Home.
Do ponto de vista da Microsoft, vale muito mais a pena que os usuários migrem para o 365, de modo a pagarem constantemente para usar o software, e exatamente por isso, lançou nesta semana três comerciais nos Estados Unidos, em que três duplas de gêmeos são colocados para fazer tarefas simples, com um deles usando o Office 2019, e o outro trabalhando no Office 365.
Já com o Internet Explorer, a Microsoft pratica a tática do desapego: o navegador não é atualizado a anos (concordo) e é mantido no pacote do Windows 10 exclusivamente para fins de suporte, a empresa abomina a ideia dele ser utilizado como browser padrão, especialmente por clientes corporativos e recomenda de forma explícita aos consumidores que não façam isso.
O Microsoft Edge é o navegador recomendado pela Microsoft, e o Internet Explorer só não morreu ainda porque a companhia acredita que ele seja útil (há...ha....haaaa) enquanto isso, a Microsoft anunciou o Projeto Anaheim, um navegador que usará a base do Projeto Chromium, o mesmo código do Google Chrome, e ele poderá ou ser um produto novo, ou uma nova versão do Edge. Talvez a Microsoft até corrija os problemas do Chrome, quem sabe.
O grande problema com o Internet Explorer e o Edge, assim como entre o Office 365 e o Office 2019, é a falta de tenência de Redmond para fazer o óbvio, que é matar ambos produtos legados de uma vez por todas, seja porque um ainda vende, ou porque o outro ainda é usado por developers.
Enquanto isso não acontece (vai saber se vai mesmo acontecer), continuaremos a ver a Microsoft sendo obrigada a atacar a si mesma, para forçar os consumidores a utilizarem versões melhores e mais modernas de seus produtos.

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